segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Faz a mala perfeita

Cavaco Silva disse que esta era a "geração Erasmus". Numa altura em que milhares de jovens se preparam para estudar o próximo semestre em faculdades por toda a Europa, a Sábado mostra-te como arrumar a mala perfeita.
Aprende a arrumar todos os objectos que vais precisar para estudar fora. Não consegues? Treina.

Geração Erasmus


Estão, como se diz no neologismo próprio da sua geração, "em Erasmus." Cruzam os céus da Europa em voos tão low-cost que o preço do bilhete não dava nem para uma viagem de "Alfa"; povoam - que desaforo! - as baixas e centros históricos das cidades da Europa, aproveitando e contrariando a desvalorização eminente do património específico do nosso "velho" Continente. Têm a sua "casa de férias" nas redes sociais; desafiam as suas e as nossas noções de dimensão e geografia e, nesse movimento perpétuo (que, como na Odisseia de Homero, terá o prometido grand finale sentimental no inevitável "regresso a casa"), vão alargando as vistas ao Continente, celebrando-o, se não nas certezas, pelo menos, na consciência lúcida das dúvidas.

Com espírito olímpico, pulam fronteira após fronteira, física e ideológica. Misturam-se, que foi para isso que se fizeram à estrada. Não estão, como boa parte da dita "massa crítica", instalados na auto-referenciação da empobrecida arqueologia teórico-partidarizante que, ora mais ideológica, ora mais reaccionária, mas quase sempre estéril, lhes é assombrosamente indiferente - se assim fosse, não teriam partido. Estão aí para abraçarem as suas escolhas (mesmo as erradas), para celebrar as diferenças entre as Línguas e as Cidades, e enterrar de forma desprendidamente científica os mitos da "impossível coabitação". São viajantes, não são turistas, e este desassossego é intangível na sua face mais brilhante: a valorização, para lá do mercado, da pluralidade dos territórios partilhados - identidade, economia, sociedade - que são porventura a mais cobiçada matéria-prima da Europa e, ao mesmo tempo, a sua principal força de eventual transformação. Estes migrantes saíram de casa para ver menos do mesmo e mais do que não é costume, e ainda estão quase todos na idade do namoro - superam a distância com um sentido de aventura que é, ou devia ser, a base de toda a Aprendizagem. Morreu a "geração interrail", viva a "geração Erasmus". 

O relatório de Junho passado da União Europeia assinalava um total próximo dos 200 mil estudantes que tinham aderido ao programa no ano lectivo de 2008/2009, perfazendo assim um número estimado em dois milhões de jovens europeus que dele beneficiaram desde a sua fundação em 1987, em qualquer um dos 31 países ao abrigo deste "protocolo", que já ultrapassa a Europa dos 27. O projecto alargou-se, entretanto, a estágios profissionais e programas de estudo e formação complementares - no que toca aos estágios, o número de futuros profissionais que deles usufruiu aumentou 50%. 

A projecção de custos do projecto para o quadriénio 2009/2013 está nos 950 milhões de euros, isto é, 237,5 milhões de euros por ano. Tal valor corresponde a metade do preço de um submarino de guerra alemão como os que o Estado Português adquiriu em 2004, e cerca de 10 vezes menos do que o valor de venda de seis fragatas francesas, pago pelos contribuintes da Grécia, entretanto (ou portanto?) "falida". 

Actualmente estima-se que 4% dos estudantes europeus tenham feito parte do programa Erasmus. É pouco, que estamos todos a pagar demasiados impostos. Triplique-se, em nome do equilíbrio financeiro. 

Fontes: Agência Reuters, "Der Spiegel" (Alemanha), "The Financial Times" (Reino Unido), Jornal "Público" (Portugal) e sítio online da Comissão Europeia.



http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=434133

Flandres

Qual era o custo de vida?
Quanto ao custo de vida não se pode dizer que seja muito mais caro que em Portugal. A comida é um pouco mais cara.. mas na cantina é o mesmo. Pode se dizer que com a bolsa não gastei mais.

Como aconselhas as reservas de viagens de avião para lá?
Como viagem podemos utilizar o aeroporto de Bruxelas ou o low cost da raynair para Bruxelas(Charleroi) mas atenção que este aeroporto fica a 1 hora de comboio de Bruxelas!! A média de preço é de cerca de 100 euros por viagem com bagagem. É claro que com mais antecedência consegue-se sempre melhores preços.

Qual o tipo de ensino da faculdade que frequentaste? As aulas eram em inglês ou a língua materna?
O meu curso é Eng. Automóvel, a faculdade que frequentei era uma faculdade de cursos tecnológicos, esta com 1500 alunos durante o fim de semana era demasiado pacata até porque éramos só 3 alunos Erasmus, todos portugueses. Só assisti a duas cadeiras, uma destas era tutoria só para mim em inglês. Outra era para nós os 3 portugueses incluídos numa turma de belgas, e esta cadeira era dada em ciclos de 5 minutos em flamengo e 5 em inglês.

Qual o preço (por mês) da tua residência/casa?
A residência não era um hotel de 5 estrelas mas tinha aquecedores sempre ligados e Internet um bocadito lenta. Por 220 euros num país em que o ordenado mínimo é mais do dobro de Portugal não se podia pedir muito mais.
O Campus onde estava era numa aldeia no entanto os comboios eram muito bons. De semana havia comboio para Bruxelas e Antuérpia de meia em meia hora, ao fim de semana de hora a hora.

Locais a visitar na cidade e país para onde foste.
Visitei estas duas cidades várias vezes pois eram bastante perto. Assim como Leuven(a Coimbra da Bélgica) onde conheci outros Erasmus entre eles 20 portugueses. Aconselho vivamente esta cidade!
O pais tem Mechelen, Bruges, gent, Bruxelas, Antuérpia, Liège e O Luxemburgo que fica a 2 horas de Bruxelas. Imensos sítios pra visitar.. No sitio onde estudei os serviços sociais deram logo imensos mapas das cidades. Se não os tiverem peçam num hotel ou num posto turístico.
Viajei também para Londres e Oxford com a eurolines[http://www.eurolines.com/], é barato mas não aconselho a ninguém este percurso. 8 horas de caminho.. o eurostar[http://www.eurostar.com/dynamic/index.jsp] é uma opção bem melhor no entanto precisa de ser marcado com antecedência pra se conseguir um bom preço.
Fui também ao Essen motorshow a Essen(Alemanha) com a faculdade e ao Bruxelas motorshow desta vez de comboio e metro.
Por fim viajei de Bruxelas sud para paris nord de TGV, super confortável, 1h22m de caminho[http://www.thalys.com/].

Que tipo de clima havia? Conselhos...
O clima é um pouco mais frio e sobretudo em Dezembro fez se sentir bastante com -7ºC e neve, nas farias de natal o meu troley fez de limpa neves na viagem ate ao aeroporto.. Aconselha-se um bom casaco, luvas e meias quentes. Mas todos os espaços fechados são bem aquecidos.

Observações especiais sobre o ERASMUS e/ou o país para onde foste.

Quanto á língua, na metade belga onde estava fala-se o flamengo, mas me Bruxelas que fica a 40km e na metade sul já se fala o francês. Existem algumas rivalidades entre estas duas metades, são culturas um pouco diferentes. Como tal aconselho a falarem sempre o inglês até porque é um dos pontos fortes do Erasmus..com a necessidade TODOS o praticam e todo o melhoram. É uma experiência que recomendo..pensem e façam as malas :) mas aconselho que vão para um local onde o Campus esteja numa cidade para estarem certos de que vão existir bastantes Erasmus ;)






Pedro Ricardo Ferreira

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pilsen

Qual era o custo de vida?
O custo de vida comparando com Portugal era um pouco mais baixo. Como ainda não tem o euro como moeda nós conseguimos ter o poder de compra um pouco superior a eles. 
No que diz respeito a comidas era quase o mesmo que em Portugal, mas nós optávamos quase sempre pelas coisas mais baratas, e assim até deu para poupar a nível de comida.
Por outro lado, MacDonald's é quase o mesmo preço que aqui. A nível de compras, se pensarmos em marcas como Zara e assim os preços são os mesmos e por vezes mais caros.


Como aconselhas as reservas de viagens de avião para lá?
Nós fomos através da TAP, comprámos os bilhetes com 2 meses de antecedência e saiu barato - Lisboa a Praga cerca de 3 horas. No entanto existem imensas companhias aéreas low cost.


Qual o tipo de ensino da faculdade que frequentaste? As aulas eram em inglês ou a língua materna?
Nós frequentámos a Universidade of West Bohemia pois o nosso curso é de Educação Básica e todas as nossas aulas foram em inglês. O nível de ensino não se encontra ao mesmo nível que aquele que temos em Portugal (pelo menos no que toca a matéria de educação).
Tínhamos 6 cadeiras das quais só a 2 tivemos que fazer um exame escrito, mas fácil, de resto fomos avaliadas através de trabalhos e apresentações sempre com as outras portugueses que lá se encontravam connosco.
Muito raramente tínhamos que fazer trabalhos individuais.
Foi-nos proporcionado a oportunidade de visitar jardins de infância o que foi bastante enriquecedor a nível pessoal.

    Qual o preço (por mês) da tua residência/casa?
    Nós encontrávamos-nos numa residência para estudantes Erasmus e locais e o preço não chegava a 90€ com tudo incluído, isto é, água e luz. Nem tivemos que procurar nem nada, a nossa Universidade de destino tratou de tudo. A nível da cozinha tivemos que comprar tudo lá.


    Locais a visitar na cidade e país para onde foste.
    A República Checa encontra-se bem no centro da Europa e faz fronteira com 4 países. Existe uma empresa de transportes chamada Student Agency e as nossas viagens foram todas feitas por aqui, expecto à Polónia.
    Ora bem, falando das viagens, tivemos o prazer de conhecer:
    • Munique, Alemanha
    • Berlim, Alemanha
    • Dresden, Alemanha
    • Praga, República Checa
    • Brno, República Checa
    • Karlovi Vary e Klatovy, República Checa
    • Viena, Áustria
    • Cracóvia, Polónia
    • Budapeste, Hungria
    Só para ir à Polónia é que utilizámos o comboio e a experiência não foi das melhores.


    Que tipo de clima havia? Conselhos...
    Como fomos no semestre de Inverno o clima foi de muito frio mesmo. No entanto em todos os países com um clima de temperaturas negativas tem a vantagem de que em todos os lugares fechados, isto é, transportes, lojas, casas, universidade, cafés, tem aquecimento. Ou seja, tinhamos sempre que andar com uma t-shirt debaixo das camisolas quentes e do casaco bem quentinho.


    Dicas úteis.

    Pontos fortes e fracos

    Observações especiais sobre o ERASMUS e/ou o país para onde foste.
    Criámos um blog, cada uma o seu, podem consultar aqui: http://erasmusempilsen.blogspot.com/ e http://erasmuspilsen.blogspot.com/.


    Joana Morgado e Alexandra Fernandes

    terça-feira, 4 de janeiro de 2011

    Apartamento em Gdansk


    Recebemos a seguinte informação:

    "Tenho um apartamento para quem quiser em Gdansk a partir de Fevereiro...é um optimo apartamento para uma ou duas pessoas, se algum português estiver interessado é só contactar-me aqui pelo facebook. Também posso oferecer ajuda de qualquer genero!:D"

    Quem estiver interessado ou souber de alguém não hesite em partilhar esta informação e entrar em contacto connosco.

    ESN


    Erasmus Student Network (ESN) é uma organização internacional sem fins lucrativos. A missão é a de representar o estudante a nível internacional, fornecendo informações e oportunidades para que haja uma certa coordenação entre os alunos de Erasmus. O lema deles pode ser visto como: estudantes ajudam estudantes. 
    Os estudantes são voluntários que pertencem a esta organização e que estão prontos para ajudar em qualquer situação.
    Aqui encontra-se o link para este site onde podem encontrar muitas informações.

    segunda-feira, 6 de setembro de 2010

    Horsens

    Qual era o custo de vida?
    Na Dinamarca a vida é sem dúvida mais cara que em Portugal e grande parte dos países europeus.
    A grande diferença está na prestação de serviços, ou seja, locais como discotecas, restaurantes, cabeleireiros e outros estabelecimentos onde exista alguém a facultar-nos um serviço, independentemente do seu tipo. Estes serviços podem chegar a ser 50-100% mais caros que em Portugal; por exemplo, pint de cerveja num pub por 4€, cocktail numa discoteca por 9€, jantar num restaurante por 25€, corte de cabelo por 25€, cinema por 11€, etc. Embora os transportes sejam, por exemplo, mais caros também, os preços nos supermercados não diferem muito daqueles que são praticados em Portugal. De qualquer maneira, embora o custo de vida na Dinamarca seja bastante superior ao nosso, o nível de vida dos Dinamarqueses é igualmente mais elevado, uma vez que recebem duas ou três vezes mais do que nós em Portugal.

    Como aconselhas as reservas de viagens de avião para lá?
    Na altura voei para a Dinamarca através de uma companhia low cost de lá (Sterling) que entretanto parece ter sido comprada por outra companhia aérea - http://www.cimber.dk/. A hipótese mais óbvia para um estudante será voar pela Ryanair. O único senão é a limitação de bagagem que a companhia impõe aos clientes. Na minha viagem levei 22kg para um semestre (de Agosto a Fevereiro), embora tenha prolongado a minha estadia para um ano. Fui comprando roupa (preços mais elevados que em Portugal) durante esses meses. É usual enviar comida e roupas através de correio, acaba por ficar mais barato que levar bagagem extra na Ryanair, por exemplo.

    Qual o tipo de ensino da faculdade que frequentaste? As aulas eram em inglês ou a língua materna?
    O meu período de Erasmus foi feito durante o meu último ano da minha Licenciatura em Engenharia Informática, na universidade Vitus Bering / Via University College em Horsens. Optei por realizar um projecto internacional que me permitiu trabalhar com alunos de outros países e de outras áreas, o que acho ter sido uma mais valia, uma vez que aprendi novas formas de trabalhar e pensar, para além de ter sido bastante interessante trabalhar com pessoas com ideais, línguas e métodos de trabalho diferentes. Para além deste projecto, procurei realizar algumas disciplinas fora do âmbito do meu curso, algo que também achei bastante positivo. As minhas aulas eram todas em inglês, uma vez que a universidade tem um âmbito internacional, algo que sem dúvida facilitou imenso a integração. As aulas tinham também um carácter muito mais descontraído do que aquilo a que estava habituado em Portugal (FEUP), com menor número de alunos e sendo mais práticas, onde inclusivamente os professores não só sabiam os nossos nomes como também não se inibiam de levar cerveja para as aulas nos seus aniversários! Sem dúvida, uma experiência diferente e muito positiva. 

    Qual o preço (por mês) da tua residência/casa?
    Se não me engano pagava à volta de 350€ por mês numa residência de estudantes acabada de inaugurar, onde cada apartamento tinha 3 quartos individuais, com WC e cozinha comuns. Barato? Não propriamente, mas a residência era bastante boa e apenas para estudantes Erasmus, com 4 pisos a albergar mais de 40 pessoas.

    Locais a visitar na cidade e país para onde foste.
    • Copenhaga, a capital, e sem dúvida a cidade mais cosmopolita e com maior diversidade na Dinamarca.
    • Aarhus, a segunda maior cidade e com um ambiente mais estudantil.
    • Aalborg, tem uma vida nocturna bastante interessante, com uma de rua de bares bastante famosa.
    • Skagen, o ponto mais a norte da Dinamarca, onde o Mar Báltico e o Mar do Norte se cruzam.
    • Billung/Legoland, um ponto de passagem quase obrigatório para quem visita o país.
    Como viajaste para outros países?
    Curiosamente só viajei para a Alemanha, Polónia e Portugal durante o meu período de Erasmus. De qualquer maneira, o site http://www.rejseplanen.dk/bin/query.exe/en? é uma excelente escolha para planearem as vossas viagens dentro da Dinamarca. Para a Alemanha e Polónia viajei de comboio -http://www.bahn.com/ - e autocarro, respectivamente.

    Que tipo de clima havia? Conselhos...
    O clima na Dinamarca durante o verão é ameno, entre os 20 e 30 ºC e de Inverno bastante frio, entre os -10 e 5 ºC. Embora de Inverno haja neve e faça bastante frio, acaba por tornar-se mais suportável viver na Dinamarca durante este período do que até mesmo em Portugal, uma vez que o país está totalmente preparado para este período, com todos os prédios e transportes dotados de aquecimento central. Uma vez que durante o Inverno (e até mesmo no Outono) a temperatura  exterior é bastante fria e a interior quente, não é necessário vestir muito mais que umas calças, t-shirt e um casaco quente e cachecol. Não esquecer calçado e roupa interior :) Os dias são bastante incertos: tanto pode estar um sol radiante e chover passado alguns minutos, como pode estar um céu completamente nublado e passado uns instantes ficar um dia bem mais agradável. Imaginem um clima tropical, mas bem menos quente :)

    Dicas úteis.
    • Tudo o que sejam garrafas e até mesmo latas com retorno, podem ser devolvidas no supermercado, onde recebem uma quantia simpática pelas mesmas.
    • Principalmente em Copenhaga, tenham cuidado com a vossa bagagem e mochilas de portátil nos comboios. Mantenham as vossas coisas sempre à vista e próxima de vocês, se possível debaixo do vosso banco.
    • Se pretenderem trabalhar, existem vários trabalhos em part-time onde ganham quantias muito simpáticas - desde 15/20€ diários - por exemplo, a carregar material em fábricas ou a limpar quartos de hotel.
    Pontos fortes e fracos
    Pontos positivos: A Dinamarca é um país bastante organizado, onde não existe pobreza, com um nível de vida muito elevado. Toda a gente fala inglês, independentemente do seu emprego ou posição na sociedade. As pessoas em geral são simpáticas e confiam bastante umas nas outras, ao ponto de deixarem, por exemplo, bicicletas na rua sem cadeado!

    Pontos negativos: Para muita gente o clima. Sinceramente, não tenho razões de queixa, uma vez que grande parte dos dias durante o Inverno são passados no interior de edifícios, onde facilmente se anda de t-shirt, devido à vulgaridade dos aquecimentos centrais. Nunca tinha vivido num país em que nevasse durante parte razoável do Inverno e, pessoalmente, foi uma experiência bastante interessante.

    Observações especiais sobre o ERASMUS e/ou o país para onde foste.
    Vou responder a esta questão com um texto que escrevi para o meu blog de Erasmus - http://danny-horsens.blogspot.com - e que descreve em alguns parágrafos o meu ano e a minha experiência Erasmus. Para quem ainda não foi e está a pensar em ir... não pensem duas vezes! Se tiverem questões relacionadas com Erasmus, Erasmus Student Network (ESN) e a Dinamarca, podem entrar em contacto comigo através do blog. Boa sorte!
    Aquando de uma sessão de apresentação dos vários programas de mobilidade internacional para estudantes universitários, ficou-me na memória uma frase que um estudante proferiu: "ERASMUS devia ser obrigatório". Há dois anos atrás, poucos meses antes do maior desafio e melhor experiência da minha vida, via o programa de mobilidade ERASMUS como algo que não era para todos e que, possivelmente, não o seria também para mim. Talvez os ERASMUS fossem estudantes diferentes, com gostos, valores e atitudes diferentes, e talvez eu não estivesse incluído nesse grupo. Talvez isso fosse e seja ainda verdade, talvez não. Talvez, simplesmente, esses estudantes tenham tomado uma decisão que outros tiveram medo de tomar ou adiaram constantemente, ou talvez sejam mesmo diferentes duma significativa percentagem de universitários a que o programa ERASMUS pouco lhes diz. Dois anos depois de ter presenciado essa sessão e de ter tomado umas das decisões mais acertadas até hoje - candidatar-me ao programa ERASMUS -, tenho a perfeita noção e o orgulho de poder dizer "sim, o ERASMUS foi mesmo para mim", e de ter presente que, de todas as minhas experiências, esta foi, sem dúvida, a que mais me marcou e mais me fez crescer a todos os níveis.





    ERASMUS é acima de tudo uma experiência de vida, um percurso que vamos construindo por nós mesmos, com a realização de o ver evoluir a cada dia que passa. Viver num país diferente, numa casa diferente, com pessoas diferentes, com amigos diferentes, a falar uma língua diferente, numa escola diferente, com um tempo diferente, comida diferente, horários diferentes, hábitos diferentes e, acima de tudo, num estilo de vida completamente diferente, faz-nos aprender, faz-nos crescer e muda-nos. Tudo aquilo que damos como certo e trivial no nosso dia-a-dia facilmente se altera, e somos obrigados a adaptar-nos, a evoluir e a ter uma percepção diferente do que nos rodeia.

    As vantagens de um programa de mobilidade são inúmeras. Tudo o que é vivido em ERASMUS reflectir-se-á na nossa vida, a nível pessoal e a nível interpessoal, a nível doméstico e a nível empresarial. A descoberta, a integração, as diferentes culturas, as amizades, as experiências, a independência, a superação de obstáculos, contribuem de uma maneira única para o crescimento pessoal e para o modo de ver o mundo. Em ERASMUS criam-se relações com pessoas de outros países que jamais se criariam noutros contextos. Desde logo, é-se obrigado a falar uma língua estrangeira - em grande parte dos casos, o Inglês - diariamente, durante seis meses ou um ano, solidificando de uma maneira prática aquilo que se foi aprendendo desde os primeiros tempos de escola. Aprendemos novos valores ao interagir no dia-a-dia com novas culturas, o que nos dá desde logo uma maior abertura social e facilidade em cooperar com pessoas dos mais variados países ou culturas, sabendo em antemão como lidar com indivíduos com ideais tão variados. Realizando projectos ou trabalhos em grupo com estudantes de diferentes países - ou até mesmo, adicionando a realização de um estágio curricular no estrangeiro -, obriga os estudantes a colocar em prática os seus conhecimentos e qualidades, complementando os seu percurso no que diz respeito à integração e experiência internacional, dando-lhes desde logo uma preparação adicional que outros alunos universitários não possuem.

    O mundo que vivemos é cada vez mais global, sendo as relações sócio-culturais essenciais, para a unificação das pessoas que nele habitam e para a criação de laços que podem ser de extrema importância nos mais variados contextos. O facto de estarmos sozinhos num país diferente e a vivermos à nossa conta, superando os nossos próprios obstáculos e vivendo as aparentes dificuldades do dia-a-dia - que se vão transformando em aspectos triviais - faz-nos pessoas mais autónomas, mais proactivas, mais dinâmicas e com um maior sentido de responsabilidade. As relações criadas durante um período de estudos como este são fundamentais para quem deseja ser um cidadão da Europa ou do mundo, através da grande variedade de contactos criados, com amizades que ultrapassam fronteiras e nos tornam universais.

    Todas estas vivências, em tão curto espaço de tempo, irão elucidar-nos daquilo que é importante na nossa vida, a nível pessoal e a nível profissional. São experiências que jamais esqueceremos e que nos enriquecem como nada mais o pode fazer.

    Após um semestre no programa ERASMUS e os restantes seis meses a realizar estágio curricular numa empresa multinacional em Horsens, Dinamarca, o meu último dia neste país irá ficar guardado na minha memória por muito mais tempo, com um sentimento morno que me acompanha em cada dia que passa e me diz "Fiz ERASMUS, adorei e jamais esquecerei". É uma experiência absolutamente inesquecível, unicamente enriquecedora, e todos deviam vivê-la.


    Daniel Silva

    quarta-feira, 25 de agosto de 2010

    És Estudante Universitário ou vais fazer Erasmus?

    Se és Estudante Universitário ou vais fazer Erasmus para uma cidade Europeia no mês de Setembro, a TAP dá-te 10 kg de bagagem extra, totalmente gratuitos!
    A TAP lança uma campanha* para os estudantes universitários que se desloquem entre o Continente e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e vice-versa, ou Erasmus, que vão estudar para qualquer cidade europeia, no mês de Setembro, em qualquer voo operado pela TAP .
    Neste período, a TAP possibilita o transporte de 10 kg extra, totalmente gratuitos, a qualquer estudante que esteja nas condições acima expostas, o que totaliza a possibilidade de transporte de 30 Kg em económica (tap|plus, tap|classic, tap|basic ou tap|discount) ou de 40 Kg em executiva (tap|executive) , seja qual for a tarifa paga pelo estudante.
    Para poderes usufruir desta promoção, faz já a tua reserva em qualquer canal TAP (www.flytap.com, call center 707 205 700, lojas TAP) ou no teu Agente de Viagens. No acto do check-in terás apenas de apresentar o cartão de estudante universitário ou a carta comprovativa de que és estudante Erasmus. Para estudantes do 1º ano, que ainda não têm cartão universitário, bastará o comprovativo de que estão inscritos ou entraram em determinada Universidade.
    Associa-te a esta iniciativa da TAP e ESN (International Exchange Erasmus Student Network). Para saberes mais sobre esta organização, acede a www.esnportugal.org/.
    Faz já a tua reserva e aproveita esta fantástica promoção!
     
    *Partidas de Portugal (campanha válida para partidas dos aeroportos portugueses).


    Ponferrada, Leon

    Qual era o custo de vida?
    Em Espanha o salario minimo é de 633€ e um empregado de bar (sem formação) ganha acima de 1000€. Claro que com isto alguns produtos têm que ser mais caros como as refeições fora de casa (no refeitorio da faculdade o almoço custava 5€ e num restaurante normal o menu do dia era 9€) e os bares nocturnos(cerveja a 3€ e "copa" a 5€), mas de resto era tudo mais barato que em Portugal (supermercado; transportes; combustiveis; roupa; etc) ja que o IVA deles é de 18% (cá é de 21%).
    Conclusão, eu vivia com menos de 500€/mês pagando casa, alimentação, saidas nocturnas, viagens a outros locais, roupa e afins. A qualidade de vida era muito boa porque ninguem ganha 500€/mês e, por isso, havia grande consumo - os bares e restaurantes estavam sempre cheios, etc.

    Como aconselhas as reservas de viagens de avião para lá?
    Eu fiz Erasmus em Ponferrada (norte de Espanha) e fui de avião ate Madrid, de comboio ate Leon e depois de boleia ate á ultima cidade. Reservei e paguei a viagem 15 dias antes de partir. Aviagem ate Madrid de avião saiu-me por 30€, menos que o comboio ate Leon.
    Como tal aconselho a fazer as reservas de viagens o mais depressa possivel, ja que existe mais disponibilidade e pode sair mais barato.

    Qual o tipo de ensino da faculdade que frequentaste? As aulas eram em inglês ou a língua materna?
    As aulas eram todas presenciais e lembro-me que na 1ª aula um professor disse-me que eu era igual aos restantes alunos da sala, fossem eles espanhois, ingleses ou japoneses, como tal teria que fazer tudo o que o professor pedisse.
    As aulas eram em espanhol e só por uma vez uma professora deu a aula em ingles com o intuito de os alunos espanhois aprenderem algo mais de inglês.
    No início não foi facil e ao 2º mês ja estava a expor oralmente trabalhos pedidos. No final do 1º trimestre tive exames em que tinha que escrever durante 3h em espanhol (sou de engenharia/matematicas), claro que chumbei. Recuperei em setembro (época especial).

    Qual o preço (por mês) da tua residência/casa?
    Nos primeiros dias não foi facil encontrar alojamento (ou era caro ou não tinha condições ou não havia). Os quartos andavam à volta dos 150€ e os 200€ e casas com 3 quartos rondavam os 500€ (tou a falar de 1 cidade pequena, em Madrid os preços triplicam).
    Ao fim de 3 dias de buscas intensas lá encontrei (com ajuda de um espanhol) um quarto a 50m da faculdade, pagava 180€/mês, ja com internet incluída. As contas da agua, luz e gás eram a dividir pelos habitantes da casa (um deles um senhorio da minha idade).
    Ainda hoje mantenho contacto semanal com o senhorio.

    Locais a visitar na cidade e país para onde foste.
    Como ja disse, fiz Erasmus em Espanha, na cidade de Ponferrada (Provincia de Leon). É uma cidade pequena com 65 000 habitantes.
    Durante aquele ano, aproveitei para conhecer tudo o que fosse possivel.
    Fui aos locais mais perto (raio de 50kms) como "Las medulas", Balboa, Estancia de sky de Leitariegos, Morredero, La guiana, Astorga, Penalva de Santiago e Molinaseca.
    Mas tambem fiz viagens mais compridas (raio maximo de 400kms) como ir a Gijon/Oviedo, Picos da Europac Estancia de sky de Manzaneda (Galícia), Corunha e Leon, entre outros.
    Hoje em dia continuo a ir la e continuo a descobrir locais novos como Puebla de Sanabria, Manjarin, Molinaseca (no Verão); Piedrafita de Cebreiro (no Inverno).
    Este ano, dei a volta a espanha em 11 dias e passei em locais como Algeciras, Malaga, Barcelona, Pirineus e San Sebastian.

    Como viajaste para outros países?
    Com um país tão grande como é Espanha, e muito mais perto de Portugal do que de França, acabei por não conhecer outros países, se bem que em Espanha, quando se muda de comunidade autónoma, parece que se muda de país, tal é a diferença de língua, leis e costumes.
    Mas aqui ficam os sites das empresas locais de transportes:
    http://www.renfe.es/
    http://www.alsa.es/
    http://www.vueling.es/ e www.spanair.es

    Que tipo de clima havia? Conselhos...
    Em relação a isso, passei uma experiencia engraçada. É que não estudei o clima antes de ir pa la.
    Claro que ao 3º dia (em Setembro) saí de casa às 10h de calçoes e t-shirt e reparei que estava um pouco frio (nao entendia o porquê), quando passei pela farmácia o termómetro apontava 8ºC, fui logo a casa buscar uma camisola.
    Nessa cidade os termómetros chegaram a descer aos -7 graus às 6h da manhã (sim, negativos). Mas também apanhei dias em que nao passavam dos 0º e para quem nunca tinha visto nevar...
    Nisto, aconselho a informarem-se muito bem do clima que vos espera e se têm de comprar roupa, comprem-na lá, porque aqui como não estamos habituados, podemos nao ter ou ser tudo muito mais caro. Na cidade destino existe tudo o que as pessoas precisam.

    Quais foram as maiores dificuldades que enfrentaste?
    Sem dúvida, os primeiros 15 dias na cidade destino.
    Fiz Erasmus onde era dos poucos Erasmus presentes (os outros 400 estavam em Leon) e como tal passei uma fase de adaptação algo complicada, nomeadamente na procura de casa, o que durou 3 dias. Depois de encontrada a casa, tive de me habituar aos costumes de la:
    - horário de almoço entre as 14h e as 16h, em que nesse intervalo tudo está fechado;
    - apartir das 18h todos saem à rua e a partir das 20h os bares estão cheios;
    - métodos de estudo diferente (estuda-se mais na bilbioteca e menos em casa)
    - lingua (aprendi com o galego e depois fui para o espanhol)
    - o almoço é a partir das 14h e o jantar a partir das 22h, depois o pessoal faz o chamado "botellon" (levar as garrafas para a rua e conviver) porque o bares sao caros para os estudantes.

    Dicas úteis
    A melhor dica que posso dar é a de aproveitarem ao maximo todos os segundos Erasmus, mas tendo algum cuidado com as festas. Em Erasmus encontra-se de tudo, até o menos desejado. Mas, encontrando as pessoas que mais nos dizem respeito, as coisas fluiem e passamos experiências inscríveis.
    Ainda hoje mantenho contacto quase diário com alguns colegas e visito-os quando estou por ali.
    Atenção que, como não estive muito em ambiente Erasmus (estive apenas 4 dias em Leon, onde se concentravam todos), tive de me integrar na sociedade local.

    Pontos fortes e fracos
    Pontos fortes, sem dúvida que a experiências vividas e tudo aquilo que aprendemos.
    Podemos crescer muito a nivel pessoal.
    Conhecer novos e bons amigos tambem é muito bom :))
    Quando la vou, visito os colegas e os professores, tal foi a marca que deixaram.

    Pontos fracos, se não tiveres muito a apoio em termos de logística (procura de casa; etc), poderás passar uma fase complicada

    Observações especiais sobre o ERASMUS e/ou o país para onde foste.
    Penso que falei no essencial, não tenho grandes observações a fazer. Aproveito para destacar o facto de tentarem aproveitar ao maximo a vida de Erasmus. Apesar de muitas dificuldades vividas, gostava de voltar a repetir, quiças em "Da Vinci" (que é trabalhar fora do pais).


    Filipe Paulo

    domingo, 25 de julho de 2010

    Espanha é o primeiro destino dos universitários portugueses

    por Cláudia Reis com Lusa, Publicado em 21 de Junho de 2010 


    Espanha é o país que mais recebe estudantes universitários portugueses através do programa europeu Erasmus, num total de 1398 no ano letivo 2008/2009, segundo dados hoje divulgados pela Comissão Europeia.
    Itália é a segunda opção dos universitários portugueses, com 888 alunos, e a República Checa a terceira, com 309.
    Segundo os dados de Bruxelas, os países de onde saem mais estudantes ao abrigo do Erasmus sãoFrança (28 300), Alemanha (27 900) e Espanha (27 400).
    São também estes países que recebem mais universitários de outras nacionalidades, mas numa ordem diferente: Espanha (33 200), França (24 600) e Alemanha (22 000).
    Portugal tem 5396 alunos a estudar fora do país ao abrigo do Erasmus e acolhe 5891. O rácio de alunos que fazem o programa Erasmus no universo dos universitários portugueses é de 1,47, sendo a média europeia de 0,92.
    No ano letivo de 2008/2009 foram 198 600 os estudantes portugueses que estiveram num dos 31 países participantes no programa Erasmus (27 Estados-membros da UE, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Turquia).
    O programa Erasmus apoiou ainda, no ano letivo de 2008/2009, mais de 36 mil intercâmbios de profissionais dos estabelecimentos de ensino superior (13,6 por cento). Foram também atribuídas bolsas a 28 600 docentes para ensinar no estrangeiro e a 7700 profissionais deste sector para receberem formação numa empresa ou instituição parceira.
    O Erasmus concede bolsas de entre 255 e 272 euros e permite que os alunos do ensino superior passem de três a 12 meses a estudar ou a estagiar noutro país.
    Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico