sexta-feira, 16 de julho de 2010

Roterdão

Custo de vida
O ordenado mínimo é 1500€.
Se pensar no preço da comida, comprada no super mercado era basicamente o mesmo preço, especialmente os bens essenciais, como pão e leite.
As bebidas, alcoólicas e não alcoólicas também eram ao mesmo preço. Havia o hipermercado Lidl, e os preços eram os mesmos.
Beber um café ficava nunca a menos de 2,50€ (sendo a qualidade horrível, portanto se fores viciada em café leva uma cafeteira ou prepara-te para sofreres ressaca de cafeína, como foi o meu caso).
O tabaco mais barato era 3.90€.
Beber uma cerveja num bar também nunca ficava mais barato que 2.30€.
Como não quero só falar de coisas que me façam parecer uma má influência,  comer fora ficava ligeiramente a 15€, por vezes mais, mas nunca menos que isto. Não aconselho estudantes Erasmus a comer fora.


Conselhos para as reservas de viagens de avião
Aconselho todos os estudantes a procurarem na net as companhias low cost, como a ryanair,  vueling, e todas as que aparecem no Google pela pesquisa ‘low cost’.
Vejam voos que partam do aeroporto do Porto e de Faro, que costumam ser mais baratos, mesmo incluindo a viagem de comboio. Vejam também as viagens de comboio para um destino próximo do vosso e de voos que partam desse destino.
Por exemplo, eu para ir para Roterdão, fui até Faro de comboio, e do aeroporto de Faro para o aeroporto de Roterdão. Para voltar para casa, fui de comboio até Bruxelas, e voltei de avião até Lisboa! É um bom truque e costuma funcionar. Procurem as viagens de avião com antecedência. Se forem para os lados de Bruxelas, procurem voos com esse destino e vejam comboios, porque costumam haver voos baratos nas companhias mais baratas.


Qual o tipo de ensino da faculdade que frequentaste?
O ensino era feito numa turma especial para estudantes Erasmus. Muita gente é contra este tipo de ensino, argumentando que nunca nos apercebemos verdadeiramente do tipo de ensino do país de acolhimento.
Eu adorei e só vi vantagens:  
- Tínhamos aulas aplicadas a nós, e todas interessantíssimas, ensinaram-nos o sistema político;
- Como funcionava o ensino da primária até à faculdade;
- Marcaram-nos em tempo de aulas excursões a todo o tipo de cidades holandesas, todas as quartas feiras visitávamos um museu (pois era o dia do museu grátis para o estudante) e todas as quintas feiras, durante os primeiros três meses, estagiávamos numa escola diferente.


Como eram as aulas?
Tivemos aulas de Pensamento Criativo, Cultura Holandesa, Psicologia, Conceitos da Educação, O Método Montessori  e muitas outras coisas, onde aprendi bastante sobre a cidade e o tipo de cultura. Fizemos alguns pequenos trabalhos sobre métodos pedagógicos, todos muito acessíveis com apresentação. Fizemos também uma apresentação de 50 minutos, onde cada pessoa apresentou o seu país (atenção, que quase todos os alunos de Erasmus com quem contactei tiveram que fazer este trabalho. Como são vocês próprios que organizam, basta escreverem os pontos que consideram mais importantes acerca de Portugal e elaborar um PowerPoint cheio de fotografias e imagens bonitas das maravilhas do vosso país).
Foi-nos dada a oportunidade de escolha, ao fim de três meses, de como queríamos ocupar os últimos dois meses, pois o programa tinha acabado, e algumas pessoas da turma foram-se embora, pois o Erasmus delas só durava três meses. Eu e a minha colega decidimos ficar apenas a estagiar, 3 dias por semana, numa escola diferente por semana, com o objectivo de fazer um trabalho final, à nossa escolha. O trabalho foi de grupo, com uma reflexão individual. O tema que escolhi foi “when children speak a different language”, onde fiz uma análise em conjunto com a minha colega sobre como ensinar crianças dos 4 aos 12 anos que não falam a mesma língua.
Duas colegas minhas, gregas, decidiram fazer um estágio igual, mas em escolas diferentes, com um tema de trabalho diferente.
Uma colega minha espanhola decidiu assistir a aulas de inglês dos estudantes holandeses, pois o objectivo dela é ser professora de inglês, e como tal obter mais créditos desta disciplina.  
Outra colega minha, do país basco, decidiu fazer entrevistas a vários directores de escolas de Roterdão, marcadas pela escola de acolhimento, pois já se encontrava a fazer a sua tese de mestrado.
Penso que ao termos um ensino “especial” por sermos de Erasmus foi benéfico, pois se não o tivesse não teria tido tanto apoio e não teria aprendido tantas coisas novas.

 
As aulas eram em inglês ou na língua materna?
As aulas eram dadas em inglês, mas o facto de termos aulas de holandês foi o mais importante e sem essas aulas eu nunca teria conseguido aprender o modo como se pronunciam as palavras, pois é muito diferente do nosso.  
Haviam de nos ver a tentar ler a estação de metro Eendrachtsplein, ou a minha rua, Schiebroekselaan, sem ajuda! Nada que, contudo, com umas aulas não aprendêssemos.  

Preço (por mês) da residência/casa
Eu paguei 190 euros por mês, o que incluía as contas e internet. Mas para conseguir este feito, tive que partilhar o quarto com uma amiga, e o resto da casa (sala, casa de banho) com um estudante local. No meu caso tive muita sorte, pois não costuma ser assim. As residências costumam ir de 350 a 550 euros por mês. Caso não encontrem nada mais baratinho, entrem numa residência por um mês, e depois procurem quartinhos modestos uma vez já no país. É muito mais fácil.

Locais a visitar
Pergunta difícil. Há muito e muito para ver na Holanda. Aconselho Amsterdão obviamente. No meu caso, todas as quartas feiras era o dia do museu grátis, e todas as semanas tinha uma visita a um museu, em jeito de visita de estudo. Mais importantes que os museus e exposições, é importante passear pela cidade a pé, conhecer os cafés e os parques, pois é assim que se conhece realmente uma cidade.

Como viajaste para outros países?
Pessoalmente e devido a razoes económicas, apostei mais em conhecer todas as cidades holandesas possíveis. Fiz apenas uma visita a Bruxelas, na Bélgica. Limitei-me a apanhar o comboio na estação central, e em duas horas estava lá!

Clima
Em rotterdão, em Fevereiro, faz frio. E neve. Mas as pessoas andavam de tshirt, com um grande e quente casaco para andar na rua, gorro, luvas e cachecol. Isto deveu-se ao facto de dentro de todos os cafés, supermercados, lojas, etc, haver aquecimento. Portanto, entre quatro paredes estava-se muito bem apenas com uma manga. A partir da primavera, pelo menos na minha altura, fez bom tempo, à volta dos 20 graus todos os dias (o que, depois da neve e frio de Fevereiro, me soube aos nossos 40º de Agosto!)
Uma coisa curiosa na Holanda, é que a partir da primavera anoitece apenas pelas 22.30, e amanhece às 4.30 da manhã. Ou seja, quase não há noite. Eu achei uma mudança muito agradável, sair à noite “de dia” e voltar a casa e já ser “de dia”.


Ana Levita

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